Por que o Papai Noel mora na Finlândia?
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A Aurora Boreal tem fascinado a humanidade desde a primeira vez que cruzou nosso caminho. As luzes do norte inspiram uma infinidade de sentimentos: felicidade, euforia, admiração e, inclusive, medo. As crenças do povo Sámi oferecem uma perspectiva diferente sobre a Aurora, uma que fala de um profundo respeito pelas forças da natureza e pelos antepassados.
Para os Sámi, povo indígena da Lapônia, a natureza é sagrada. A espiritualidade Sámi é uma forma de animismo – ou seja, para eles todos os elementos da natureza têm uma essência espiritual. Isso inclui desde animais a rios, montanhas e, é claro, a Aurora Boreal.
A veneração aos mortos e aos espíritos não-humanos também são traços importantes da cultura Sámi. Espíritos protetores das florestas, reverência a ursos e a árvore do mundo são alguns elementos comuns da espiritualidade de vários grupos Sámi. Porém, é importante reforçar que esses grupos ocupam toda a região de Sápmi, que inclui partes da Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia, e divergências nos mitos de um lugar para o outro sempre existirão.
Para o povo Sámi, a Aurora Boreal é muito mais do que um espetáculo visual: é uma lembrança poderosa de seus antepassados que se foram.
As luzes do norte são as almas dos falecidos, segundo os Sámi, e carregam propriedades mágicas e imponentes. Quando a Aurora Boreal iluminava o céu escuro, a prudência ditava que se permanecesse em casa, e até mesmo as crianças eram orientadas a ficar em silêncio. Sem cantar, sem assoviar e, principalmente, sem zombar do fenômeno. As consequências eram graves para quem não tratasse a Aurora com o respeito devido ou chamasse muita atenção para si mesmo: de acordo com os mitos, desrespeitar a Aurora Boreal poderia te fazer ser levado para os céus e nunca mais visto – ou, ainda mais brutal, as luzes poderiam cortar sua cabeça fora.
Hoje, os Sámi têm muito mais contato com outros povos, o que significa que eles também foram expostos a perspectivas diferentes sobre a Aurora Boreal – inclusive, o fascínio dos turistas e a curiosidade das expedições em busca das luzes.
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