Os esquimós e a cultura dos povos originários do Ártico

Falar em Polo Norte, Alasca ou Ártico costuma nos levar diretamente para aurora boreal, esquimós, iglus, trenós puxados por huskies siberianos e neve, muita neve. O que talvez muita gente não saiba é que os esquimós vão muito além desses clichês.

Parte dos povos originários do Ártico, os esquimós são fonte de uma rica cultura capaz de sobreviver ao tempo e ao frio. Vamos conhecer sobre a cultura da cultura desse povo para que você tenha um motivo a mais para realizar uma expedição ao Polo Norte.

Povos originários do Ártico ao invés de esquimós

O termo esquimó possui algumas traduções. Uma delas se refere a comedores de carne crua e teria origem no século 16, tendo sido cunhada por um jesuíta francês. Outra versão vem da palavra innu-aimun traduzida como pessoa que amarra um sapato de neve. Já o antropólogo José Mailhot, do Canadá, sugeriu em 1978 que esquimó significa pessoas que falam uma língua diferente.

À parte das traduções, a maioria das pessoas se refere a qualquer morador fora das cidades do ártico como esquimó, o que não seria correto visto que há várias tribos diferentes no Polo Norte. Povos com hábitos e línguas distintas demais para caberem em uma única definição.

Por conta da versão que liga a palavra a comedor de carne crua, o termo passou a ser visto de forma pejorativa e foi excluído de documentos legais ainda no governo Barack Obama, sendo substituído justamente por povos originários do Ártico.

Lapões e Inuítes

Basicamente, temos dois grandes povos no Ártico, divididos pela origem geográfica. São eles:

Lapões ou Samis:

nativos da região da Lapônia (Suécia, Finlândia, Noruega e parte da Rússia), praticantes do nomadismo, cultura do pastoreio, vivendo também da pesca, caça e criação de renas. Aliás, responsáveis pela domesticação dos animais conhecidos por puxarem o trenó do Papai Noel. Os Lapões são os principais nativos da Europa e se comunicam em sami, finlandês, norueguês e russo.

Inuítes:

esses sim fazem parte dos indígenas esquimós, daí muitos deles preferirem ser chamados de inuítes. Vivem pela Groenlândia, norte do Canadá e Alasca. Diferentemente dos samis, são sedentários, vivem em comunidades familiares de preferência em áreas costeiras. As principais fontes de renda e alimentação são a caça e a pesca, e a língua oficial é o inuktitut.

Diferentemente do que muita gente pensa, vivem em casas como a maioria das pessoas no mundo, de alvenaria ou madeira. Mas isto não quer dizer que os iglus são só lembranças.

Iglus, as casas dos esquimós

Faz muito tempo que os esquimós, ou melhor, inuítes, deixaram de morar nas casas construídas de cubos de gelo, os famosos iglus. Porém, eles continuam existindo e podem ser a diferença entre a vida e a morte durante períodos de caça, quando os inuítes passam dias enfrentando o frio.

As crianças inuítes aprendem desde cedo a construir os iglus, a casas de gelo que mantém o calor necessário para a vida. A função do iglu é permitir a entrada de luz, deixando o vento gelado do lado de fora. A neve necessária para a construção é a endurecida e compacta, porque permite ser cortada e moldada em forma de bloco, que são organizados em espiral até formar uma cúpula.

O formato de oca arredondada permite que a neve que cai escorra, ajudando inclusive a deixar os blocos mais resistentes e grossos. O calor interno advém do próprio corpo dos moradores, fogueiras ou das lâmpadas de óleo de foca.

Nas viagens ao Polo Norte, é possível fazer visitas a estas construções e experimentar um pouco da vida dos esquimós.

Beijo de esquimó e outros hábitos

Nas comunidades esquimós, enquanto os homens cuidam da caça e da pesca, as mulheres cozinham e costuram. Da caça tudo se aproveita, desde a carne até a gordura e a pele. Por conta do frio, gelo e neve, a dieta é carnívora, visto a impossibilidade de manter culturas como frutas, legumes, verduras e cereais.

Dentre os animais que fazem parte da dieta alimentar dos esquimós estão o salmão, aves, focas, urso polar, baleia, caribus e raposas. Todos consumidos de forma defumada, devido à escassez de fogo.

E o famoso beijo de esquimó? A explicação é simples, em temperaturas muito baixas, o beijo na boca como conhecemos pode causar o congelamento da saliva e selar as bocas. Para evitar de colar um lábio no outro sem perder o afeto, os esquimós esfregam os narizes.

Preservar a cultura e expandir o conhecimento dos povos originários do ártico além de manter viva a herança para as próximas gerações permite a vivência de experiências incríveis.

E quem leva você a conhecer as maravilhas do Polo Norte, incluindo a cultura esquimó, é a Borealis Expedições.