Aurora Boreal

A história das casinhas vermelhas da Suécia

Magá Lara | 08/19/2025
Vrångö Suécia casinha vermelha

Poucas imagens representam tão bem a alma da Suécia quanto as pequenas casas de madeira pintadas de vermelho, com janelas e molduras brancas que parecem saídas de um conto de fadas. Mais do que um cartão-postal, as casas coloridas carregam séculos de história, cultura e identidade. Mas, afinal, de onde vieram as casinhas vermelhas da Suécia e por que elas fazem parte da identidade do país?

A origem das casinhas vermelhas da Suécia

A tonalidade que marca as casinhas suecas surgiu em Falun, na região de Dalarna, no coração da Suécia. Ali, no século XVI o subproduto das minas de cobre começou a ser transformado em um pigmento conhecido como Falu Rödfärg (ou Vermelho de Falun). A tinta de cor vibrante se mostrava extremamente resistente ao clima rigoroso do norte da Europa e ainda protegia a madeira contra o desgaste do tempo.

Além da praticidade, o vermelho tem um valor simbólico: sua semelhança com os tijolos usado em palácios e mansões aristocráticas se tornou sinônimo de status e prestígio. Com o passar dos séculos, a tinta se popularizou e se espalhou pelo interior da Suécia, colorindo cada vez mais do país.

Uma paisagem de constrastes pitorescos

Se antes o vermelho era privilégio de nobres e grandes propriedades, no século XIX ele se tornou parte do dia a dia de famílias comuns em toda a Suécia, especialmente no campo. Seja nas paisagens verdejantes do verão ou na magia branquinha do inverno, as casinhas vermelhas com detalhes brancos se destacam, cercadas por lagos e florestas que completam o cenário idílico.

Algumas regiões para apreciar a beleza das casinhas vermelhas em cenários suecos apaixonantes são:

  • Falun: Lar da histórica mina de cobre, foi aqui que o pigmento Falu Rödfärg foi crfiado. Hoje, a cidade é considerada patrimônio da humanidade pela UNESCO.
  • Gammelstad Church Town: Essa aldeia paroquial histórica tem mais de 400 casinhas vermelhas, construídas ao redor de uma tradicional igreja de pedra medieval. Assim como Falun, Gammelstad também tem reconhecimento da UNESCO.
  • Brändaholm: Essa ilhota é famosa por sua chamosa vila de casinhas vermelhas banhada pelo Mar Báltico.
  • Småland: Essa província é um dos destinos rurais mais tradicionais da Suécia, e é claro que a paisagem não estaria completa sem as casinhas icônicas pontilhando o horizonte.
  • Sigtuna: A cidade mais antiga da Suécia, fundada no século V, combina as famosas casinhas a ruas de pedra, levando visitantes em uma verdadeira viagem no tempo.
  • Skansen, Stockholm: Esse é o museu ao ar livre mais antigo do mundo. Com muitas construções suecas tradicionais, é claro que o vermelho famoso não poderia ficar de fora. É uma ótima opção para quem quer focar a viagem na capital sem deixar de ter um gostinho da história do restante do país.

Tradição que resiste ao tempo

Mesmo com novas tecnologias de pintura, o clássico Falu Rödfärg continua sendo produzido e usado. A tradição permanece viva porque vai além da cor: é sobre manter viva a herança cultural que conecta passado e presente. Hoje, visitar uma dessas casinhas não é apenas contemplar uma arquitetura charmosa, mas mergulhar em uma história que fala de resiliência, pertencimento e identidade.

Os suecos, aliás, estão levando as casinhas vermelhas muito além. Em janeiro de 2025, o artista Mikael Genberg lançou uma miniatura de uma cabana vermelha com detalhes brancos para o espaço, a bordo de uma nave japonesa que chegou à lua em junho deste ano.

As casinhas vermelhas da Suécia são um convite para explorar o interior do país em toda a sua autenticidade. Que tal viver essa experiência de perto, combinando cenários de conto de fadas com paisagens deslumbrantes e muita cultura local? Conheça nossos roteiros exclusivos para a Suécia e descubra cada detalhe dessa tradição que encanta viajantes do mundo todo!